domingo, maio 06, 2007

Fitas e Laços


















Levanta-te, poeta, e ergue a tua taça!

Brindemos ao tempo das fitas
universitárias,
ao empedrado desfile pela praça,
ao passeio por ruas estreitas
escalonadas,
ao arrasto das latas e pinturas abstractas,
às intrigantes vozes em monocórdicas musicalidades,
nos ritos e rituais pela estrada dos laços.

Brindemos! E então talvez
se depositem ocasionais máscaras,
as penas das aves fecundem das caixas a opacidade,
os rios subam escadas desérticas
na diletante engenharia matemática,
e um fonema a expensas isolado
se liberte num voo cantado.

Sejamos coesos e unos
no misterioso conceito dos traços
para que sob os alpendres minúsculos
cresça a Paz das árvores
e de todas as casas suspensas
jorrem flores pelo espaço.

Se fitas não tenho, poeta,
teço linhas em amenos laços.


(imagem do Google)

15 comentários:

un dress disse...

...fio linho em circular roca.



..................................




pico-me no fuso: sangra o dedo.

.

da gota do dedo cantam róseas rosas


*

vieira calado disse...

Bonito poema. Com alma e raça. Hei-de voltar.

Peter disse...

Um poema inteligente, feito por uma pessoa inteligente.
Há poesia e "fazer versos". Felizmente que tu fazes poesia e podemos contar com o teu blog nos n/links.

Recordações de um tempo vivido?

mnemosyne disse...

O poeta na sua embriaguez como um voo de pássaro flutua e o poema vem bardo das entranhas...
Excelente poema.
Um beijo

A.S. disse...

De fitas se fazem laços... que prendem!


Um terno beijo poeta!

Bárbara disse...

viva, amita; finalmente consegui acabar de colocar as fotos do jantar na Parede, em
http://umblogpertodesi.blogspot.com/

Anónimo disse...

um poema sobre o carácter. quando parei para respirar é que soube o quanto cruel é o mundo. ser pessoa é cada vez menos poético. adorei a reflexão que te agradeço. beijinho.

benechaves disse...

Oi, amiga: e eu me enlaço nas águas oceânicas e chego até sua Invicta transbordando de alegria pelos teus versos a nos encher de harmonia. Estava com saudades deste recanto repleto de luz.

Um beijo com fitas e laços...

Marta Vinhais disse...

Brilhante, Amita - um poema sobre um desfile alegre que enche de vida a Invicta.
Uma cidade maravilhosa...como o teu poema......
Beijos e abraços
Marta

Estrela do mar disse...

...amiga, passa pelo meu blog:)...


JInhossssssssss

david santos disse...

A nossa Invicta sempre a viver.
Parabéns

Paula Raposo disse...

Magnífico poema! Beijos.

Maria Carvalhosa disse...

Lindo, Amita.

Vou guardar a última estrofe no bolso, para sentir a sua musicalidade num dia cinzento: "se fitas não tenho, poeta, / teço linhas em amenos laços".

Um beijo terno.

Unknown disse...

Talvez o poeta queira fita.
Fita amarela, gravada com o nome dela. E ficará bem satisfeito com as linhas tecidas.

Dad disse...

Olá Amita!

Lindo poema.

Obrigada pela visita! Também eu gostei de te conhecer embora lamente não ter tido tempo para conversarmos um bocado e ficarmos a conhecer-nos melhor.
Ficará para uma outra vez.

Um grande beijinho e até sempre!