terça-feira, agosto 22, 2006

Nómadas














Perante nós desliza o nomadismo dos dias
seguindo a caravana no deserto.

Bem ao longe, uma miragem assemelha-se perto
na sede de novas alegres.

As horas sobrepõem-se em pilhas de dunas
consoante bate o sol no templo das vidas
já não nossas mas da comunidade
que transporta, nas mãos do vento,
areias da moda.

Saúdam-se em palavras contabilizadas
pelo pião dos números equilibrados
no gume das lâminas.

É tudo tão efémero…
Tudo tão curto e vago…
quando o hoje voou despercebido
e o amanhã se prepara
em ritos de agora passados.

Assim nómadas nos tornamos
aquecendo o frio intenso
na exactidão acesa do vazio.

E continuamos
sublimando as palavras não ditas
enroscadas nas mantas macias
que abriremos
numa qualquer tarde de um qualquer dia
quando atingirmos, desmedidos,
o oásis perfumado dos sorrisos.


Poema in "Transparência de Ser"

4 comentários:

Nilson Barcelli disse...

Excelente poema o que escreveste.
Muito bem escrito. Gostei imenso de o ler.
Um beijo.

LUA DE LOBOS disse...

como eu gosto de te ler:)
as melhoras ... n sabia que que estavas "avariada#
xi
maria de são pedro

Peter disse...

"É tudo ao efémero ...
Tudo tão curto e vago ...
quando o hoje voou despercebido e o amanhã
se prepara em ritos de agora passados"

Tens razão. Espero que tenhas recebido boas notícias.

Menina Marota disse...

"...E continuamos
sublimando as palavras não ditas
enroscadas nas mantas macias que abriremos
numa qualquer tarde de um qualquer dia
quando atingirmos, desmedidos,
o oásis perfumado dos sorrisos."

Perfeito!

Beijos ;)